O amor cabe entre os dedos
Já li muitos clássicos da literatura brasileira, a maioria de José de Alencar (porque sou cearense e também fiz um seminário na faculdade de Moda sobre “As mulheres de José de Alencar”, descrevendo suas personalidades, indumentárias e costumes da época, por meio de ilustrações de moda). Uma forma diferente de ler e aprender…
Quanto a Machado de Assis, li alguns dos principais livros, como Dom Casmurro, Memórias póstumas de Brás Cubas e O Alienista, meu preferido! Pretendo ler também Helena em outra oportunidade e descobrir também qual a sua personalidade… Mas hoje quero falar especialmente sobre o romance A mão e a luva, indicação do pastor Geones, um amigo das redes sociais, que, além de gostar bastante de leitura, também estuda Psicanálise.
Sua indicação tinha uma motivação: analisar as personagens. Confesso que realmente não consegui me ater apenas ao romance sem interpretar também os protagonistas, seus desejos, ações, frustrações, motivações, enfim, tudo que os levou ao desfecho desta obra. Uma obra que me fez lembrar também as palavras de um outro leitor, Samer, que também dá dicas de relacionamento nas redes sociais, e vez ou outra, aconselha seus seguidores a conhecer a história de Guiomar e Luís Alves para “superar desilusões amorosas”. Mal sabia que ele se referia à esta curta e leve leitura…
A mão e a luva é uma história romântica de amor e ilusão, que se passa em um cenário próprio da Corte Carioca, onde as mulheres belas e de boa família eram cortejadas por vários pretendentes. Esta era a vida de Guiomar, que, apesar da infância humilde, fora criada por uma madrinha de posses, viúva e solitária, tendo, assim, a oportunidade de ter uma vida de privilégios e conhecer bons partidos, como Estêvão, Jorge e Luís Alves. Mas havia algo de diferente em Guiomar. Era firme, decidida e ambiciosa, e não se contentaria com um pretendente que ela não admirasse. Assim, a história vai narrando sua vida e personalidade, assim como também vai passando pelos personagens que a cercam, mostrando suas forças e fraquezas, próprias da natureza humana.
À medida que vamos nos aprofundando na narrativa, vemos o quão profunda pode ser a personalidade de uma mulher, de forma que confunde até mesmo os homens mais experientes...
Dentre todas essas mulheres que conheci - fortes, corajosas e sedutoras (como Lucíola, Aurélia e Iracema, de José de Alencar) -, a personagem Guiomar, de Machado de Assis, talvez seja a que mais me identifiquei, devido sua personalidade forte e coragem de não curvar-se às regras da sociedade apenas por convenções, mas por acreditar que uma vida a dois só faz sentido se existir amor, admiração e gratidão.
Resta saber qual dos três candidatos tocará seu coração...
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