Tarsilinha, a versão lúdica de Tarsila

 Você já deve ter ouvido falar de Tarsila do Amaral (1886-1973), pintora e desenhista brasileira, considerada uma das principais artistas modernistas (Semana de Arte Moderna, 1922), imortalizada pelas obras que retratam a cultura, raizes e belezas naturais do nosso país, levando à consolidação da arte brasileira.

Agora, imagine ter a oportunidade de ver suas obras ganharem vida e movimento* nas telas do cinema, de forma lúdica e atraente? É o que o filme Tarsilinha traz para nós, numa história divertida e cheia de aventuras, cuja personagem principal (na voz de Alice Barion) empresta não só o nome da artista como nos apresenta às belas paisagens de suas obras, que enchem nossos olhos com tantas cores e formas…

A história fala sobre memórias e o resgate de nossa brasilidade, destacando alguns personagens das obras de Tarsila (e também da nossa cultura popular), como o Saci, a Cuca e o Sapo Cururu. São eles que irão ajudar Tarsilinha a trazer de volta as lembranças de sua mãe, roubadas por uma lagarta infeliz e acumuladora de objetos alheios…

Nessa fantástica travessia para um mundo mágico, Tarsilinha aprende a lidar com seus medos e também com os inimigos que vai encontrando pelo caminho. Mas, depois de enfrentar grandes desafios, finalmente consegue resgatar os objetos roubados, como a boneca e o diário de sua mãe, na tentativa de fazê-la recordar a memória.

O filme traz importantes lições, como encontrar um sentido para a vida, pensar no próximo, enfrentar nossos medos e acreditar nos sonhos. O lado lúdico e criativo fica por conta das belas paisagens coloridas, inspiradas nas famosas obras de Tarsila, como o Abaporu, seu quadro mais famoso e polêmico que, talvez por isso, tenha sido usado como cenário do castelo da rainha malvada (interpretada por Marisa Orth), uma lagarta insatisfeita, que queria ser borboleta.

Quando, finalmente, tudo parecia terminado, os objetos recuperados, Tarsilinha teve uma triste surpresa: sua mãe continuava sem memória. Sem entender, ela caiu em lágrimas, triste e desolada, até adormecer… Só restava deixar a longa noite passar e um novo dia raiar. Quem sabe assim, tudo voltaria a ser como antes…

Minha versão da Tarsilinha

O filme, idealizado pela sobrinha-neta de Tarsila do Amaral (que tem o mesmo nome), é indicado para crianças, mas todo adulto deveria ver, pois irá se divertir também com as músicas (trilha sonora de Zeca Baleiro), o gingado e o colorido do nosso Brasil. Eu, por exemplo, gostei tanto que acabei criando minha própria versão da Tarsilinha…:)

*Animação de Célia Catunda e Kiko Mistrorigo. Direçao de Kiko Mistrorigo

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