A ansiedade de quem convive com ela


Segundo a autora, o Brasil atingiu o primeiro lugar em 2018 no ranking mundial de pessoas com transtornos ansiosos (dados da Organização Mundial da Saúde - OMS), um alerta que merece nossa atenção. Utilizando-se de entrevistas e relatos de pessoas diagnosticadas com transtornos de ansiedade, ela traz à tona as principais causas e consequências de quem convive com a doença, e como o tratamento adequado pode mudar o curso dela, trazendo melhorias e qualidade de vida.
Não raro, muitos de nós desenvolvem transtornos de ansiedade, doenças complexas e agressivas que amplificam e desnorteiam nossos sensores de alarme, gerando sofrimento e impactos na qualidade de vida. Leandro Teles, neurologista e escritor
Um livro leve e breve que traz, também, opiniões de especialistas sobre o tema, mostrando como é importante o diagnóstico precoce para que o paciente tenha êxito no tratamento.

Em sua mais recente obra, Ansiedade, de três volumes, Augusto Cury explica que é comum e saudável sentir ansiedade quando nos colocamos diante de algo novo e/ou inesperado. Um sinal positivo diante do "perigo", em que o corpo nos protege e se prepara para a reação e/ou tomada de decisão. O problema é o grau de intensidade da ansiedade, que pode gerar sintomas que alteram nosso comportamento, trazendo consequências que comprometem nossa qualidade de vida. É sobre isso que a autora vai falar, com depoimentos de pessoas portadoras de diferentes transtornos de ansiedade, como a SP (síndrome do pânico) o TAG (transtorno de ansiedade generalizado) e o TOC (transtorno obsessivo compulsivo).
Não existe alternativa com melhor custo-benefício que o conhecimento em saúde mental. Leandro Teles
Segundo os especialistas, os sintomas da ansiedade geralmente começam pela respiração, que fica rápida e ofegante, e vão se intensificando, dependendo do quadro, podendo gerar outros sintomas físicos, como taquicardia, formigamento das mãos, suor e dores no peito. Esses sintomas são conhecidos como sintomas psicossomáticos que, em conjunto, podem gerar transtornos emocionais. Por isso a importância de observar as mudanças do corpo no início a fim de minimizar os efeitos.
Para a psicanalista Patrícia Rebouças, a ansiedade está relacionada com as psiconeuroses, ou seja, angústias e sofrimentos sem motivo aparente, que o paciente não consegue explicar. Já a psicóloga Narjara Tamyres explica que a ansiedade está relacionada a preocupações excessivas em relação ao futuro, causando vários sintomas no paciente, mostrando que essa ansiedade apresenta motivos concretos. De uma forma ou de outra, o fato é que a ansiedade provoca sofrimentos e por isso precisa de tratamento, independentemente da origem dos sintomas.
A melhor forma de fazer um diagnóstico correto de ansiedade é observar se os sintomas persistem por mais de seis meses. Leandro Teles
Para os especialistas, o tratamento para transtornos de ansiedade varia de acordo com cada paciente, conforme seu histórico de vida e o tempo que ele cede ao profissional com quem está se tratando. Segundo eles, o primeiro passo é reconhecer que algo não está normal. Em seguida, observar se suas reações são condizentes com as situações presenciadas, ou se o estão impedindo de fazer algo, no âmbito pessoal ou profissional, por exemplo. O diagnóstico é baseado em hipóteses, pois não existe um exame que possa identificar o problema. Basicamente, são as entrevistas, o conhecimento adquirido ao longo da formação do especialista e sua experiência em atendimentos que vão identificar os fenômenos a serem tratados.
Para o psiquiatra Alisson Teixeira, a partir do momento em que a ansiedade interfere nas relações interpessoais, seja familiar, de trabalho etc, ela causa disfunções que podem virar uma ansiedade patológica, passando a ser considerada uma doença que precisa ser tratada.
Quando percebemos que há prejuízo ao nosso corpo, no sentido físico e psicológico, com sofrimento intenso, é hora de buscar ajuda.


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