A HISTÓRIA DA PELE DE ANIMAL E A ESTAMPA "ANIMAL PRINT"

Desde o início dos tempos, o homem tem passado por várias mudanças e adaptações que contribuíram para sua evolução, e uma de suas primeiras necessidades foi a de cobrir o corpo com peles de animais, para se proteger contra as variações de temperatura, como o frio. Assim, ele tanto se alimentava como se protegia, além de adornar o corpo com dentes de animais caçados, uma outra necessidade para se impor entre os demais, mostrando bravura. Mesmo sem comprovação científica, psicólogos defendem a idéia de que nossa fascinação por animais está no nosso DNA, por causa dos nossos ancestrais. 


O problema da pele de animal é que, por ser um material biológico, se deteriorava com o tempo e precisou passou por processos como mastigação, uso de óleos e gordura animal, para ganhar um pouco de maciez, impermeabilidade e durabilidade. Com o surgimento das tecelagens, as peles começaram a ser produzidas em forma de tecidos, artesanalmente, e ganharam acabamentos como as franjas.


A roupa sempre foi, é e será diferenciador social e na idade média ela ganhou a conotação de distinção de classes, onde nobres e mais privilegiados se vestiam com peles, indicando sinal de luxúria e poder, diferenciando-se em opulência daqueles de classes sociais menos favorecidas materialmente e que, muitas vezes, andavam nus ou tinham uma única roupa para vestir.


Antigamente, o animal print era presente no vestuário das classes mais abastadas, através do uso de peles.  Em contrapartida,  ela trouxe um distanciamento dos defensores de animais, por ser uma prática muito dolorosa, que põe fim à vida de animais com o objetivo de satisfazer ao consumo de luxo. 


Com o passar dos anos e a massificação da moda, vieram as mudanças tecnológicas e de comportamento, fazendo com que o estilo animal print se aperfeiçoasse e se moldasse aos novos tempos, com a criação de tecidos de pele sintéticos e estamparia animal, produzindo o mesmo efeito e glamour da pele natural, sem o risco de prejudicar a natureza...



estampa animal print tem sua origem inspirada na África - região com grande diversidade cultural e animal, representada por exóticos animais selvagens. Historicamente, o filme Tarzan, nos anos de 1930, foi um marco inicial e ajudou a promover no mundo da moda as estampas de inspiração africana. Um dos exemplos disso é o vestido assimétrico, criado em 1936 pela famosa casa francesa Busvine, feito com estampa de leopardo. 


Na mesma época, a estilista francesa Jeanne Paquin criou alvoroço ao introduzir o uso de peles de leopardo em suas coleções. Em 1947, Christian Dior foi o primeiro a usar a estampa de onça - e não a pele - em um vestido apropriadamente chamado África, para sua coleção primavera-verão. Nos anos 1950, Roger Vivier, conhecido por ter criado os saltos stilleto, pôs o animal print em acessórios como bolsas e sapatos, antecipando o que é comum nos dias de hoje. Já na década de 1960, Jackie Kennedy surgiu vestindo um casaco de pele de leopardo, criado por seu estilista Oleg Cassini, que rapidamente fez a peça se tornar ícone de estilo e de luxo. 
Através do figurino de grandes divas como Marilyn Monroe, Catherine Deneuve e Ursula Andress, o cinema dos anos 1950 e 1960 ajudaram a difundir a moda das estampas de animais como símbolos de elegância e sofisticação.




Entre altos e baixos, as estampas de animais seguiram até o século XXI e se estabilizaram.  
Cada vez mais diversificadas, as estampas seguem nas passarelas e ainda causam impactos nas ruas. 
Hoje, com as novas tecnologias, essa tendência pode vir através de técnicas de estamparia em cilindros, serigrafias e sublimação, podendo obter diversos efeitos de estampas e impressão, com custo financeiro acessível a todos e menor impacto ambiental, além de proteger a diversidade dos animais e do nosso planeta. A natureza agradece!!! 



Fonte: Moda, Moda, Moda/Jenny – PPAA/História da Moda; uma narrativa (João Braga)

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